sexta-feira

PEQUENO Príncipe



Li de novo a célebre frase:
"Tu te torna eternamente responsável por aquilo que cativas"
Quando li o livro pela primeira vez aos 10 anos, não entendi o significado de tudo aquilo, mais velha um pouco, li de novo, com mais bagagem de vida e entendimento filosófico, entendi mais. 
E quando não tinha nenhum livro novo pra ler e estava com ele ali a mão, li de novo, bem mais velha, mais "vivida", entendi muito mais.
Porém hoje, essa frase, se tornou extremamente pesada, fez outro sentido, não achei ela tão "bonitinha", foi como se abrisse um outro lado do entendimento. 
Agora pra mim, essa frase tão falada e tão usada se transformou numa maldição para o resto da vida, como quem cativa fosse culpado por cativar e tivesse responsabilidade de cuidar de você independente se ainda gosta ou não.
Daí não é legal cativar ninguém.

Se rolar, bom enquanto as pessoas estão conectadas, estão em sintonia.
Não vale fazer chantagem como a rosa, que obriga o principezinho a cuidar dela. 
Quando vira obrigação cuidar de quem a gente gostava de cuidar porque simplesmente gostava de gostar, deixa de ser prazeroso e de ser verdadeiro.
Hoje entendo que não posso responsabilizar o outro por ter me cativado, por ter feito eu gostar dele, talvez mais do que ele gostasse de mim. Mesmo porque gostar não é quantitativo, não se mede.
É uma questão onde não se tem controle, onde a pessoa até queria poder dar mais, mas não tem mais pra dar. É até onde ela pode ir. E se não pode dar mais, não posso culpá-la.
Eu posso cuidar de mim, da minha reação frente a ação feita. Posso cuidar do outro quando quero e enquanto tenho como.
Mas nunca posso cobrar do outro cuidado.
Assim a leveza fará parte de todo e qualquer tipo de relação onde um cativou o outro e durou o quanto tinha que durar os cuidados e os gostares.
Espero não esquecer disso para deixar minha vida e meu coração mais leve.
Hoje é um dia bom!

2 comentários:

Anônimo disse...

"Tu te tornas eternamente responsável por ter se deixado cativar" deveria ser um mantra. Só existe Narciso porque existe Eco. Doído, mas os maiores responsáveis pelas nossas bateções de cabeça somos nós mesmos, né?

Sharonline disse...

Revele-se anônimo!!!